Apesar do prejuízo, Petrobras segue rumo à recuperação

A Petrobras registrou, pelo quarto ano consecutivo, prejuízo líquido de R$ 446 milhões em 2017. O resultado foi impactado pelo acordo de R$ 11,2 bilhões com os investidores norte-americanos para encerrar ação coletiva movida pelo grupo contra a estatal e pela adesão a programas de regularização de débitos federais, que somaram R$ 10,4 bilhões. Se não fossem esses dois fatores, a companhia teria registrado lucro líquido de R$ 7,1 bilhões.

Apesar do resultado negativo, Pedro Parente, presidente da Petrobras, se mostrou satisfeito com os números alcançados pela empresa e anunciou proposta de mudança no estatuto social para a distribuição de dividendos trimestrais. “Estamos numa trajetória consistente de recuperação, seguindo à risca o que nos propusemos no nosso plano de negócios”, destacou o executivo.

Em termos operacionais, o desempenho manteve tendência positiva, com resultado operacional de R$ 35,6 bilhões. Além disso, a companhia reduziu sua dívida líquida para US$ 84,9 bilhões, menor valor desde 2012. Com uma gestão ativa da dívida, também foi possível aumentar o prazo médio de vencimento de 7,46 para 8,62 anos.

“Para 2018, estamos bastante animados. As incertezas do passado estão sendo resolvidas e dando espaço para que a companhia volte a olhar para a melhoria da gestão operacional”, afirmou Ivan Monteiro, diretor financeiro da empresa.

No caso dos derivados, a Petrobras registrou queda de 7% nas vendas de combustíveis e de 5% na produção de derivados no país. A empresa perdeu ainda participação de mercado na gasolina e diesel em 2017. No caso da gasolina, o market share passou de 90%, em 2016, para 83% no ano passado. Já o diesel passou de 83% para 74%. Porém, Jorge Celestino, diretor de Refino e Gás da Petrobras, revelou que a estatal está recuperando mercado neste início de ano e reforçou o acerto da companhia sobre a atual política de preços.

Questionado sobre as declarações recentes do presidente Michel Temer e de representantes de sua equipe em relação à política de preços da Petrobras e seus impactos nos preços finais dos combustíveis, Pedro Parente foi categórico ao afirmar que a política permanece como está, funcionando de acordo com o que era esperado pela companhia, que é trazer rentabilidade financeira.

Liquigás – sem maiores detalhes, Parente reafirmou que a empresa busca alternativas para se desfazer da Liquigás, após veto do Cade à operação de compra da subsidiária de GLP pela Ultragaz. Entre as possibilidades estão uma possível fusão e aquisição ou a realização de IPO a exemplo do que foi feito com a BR Distribuidora.