7 de abril de 2017

Fala do Presidente

Ao findar de meu mandato venho à refletir sobre a discórdia que os integrantes do governo que se intitulam como políticos, e, ao mesmo tempo são atores que irresponsavelmente praticam atos ilícitos, não distinguindo entre o que é publico e privado, deixando o País prostrado num verdadeiro caos, desestabilizando a todos e principalmente o empresariado, responsáveis diretos pela maior fatia de arrecadação e potencial geradores de empregos.

Nosso setor (revenda de combustíveis), como não seria diferente dos demais, foi duramente afetado com a economia despencando no cenário nacional e internacional. Aliado a tudo isso ainda, a diretoria da Petrobras desde junho/17, lançou a nova politica de preços da empresa, onde diariamente somos surpreendidos com percentuais de aumentos e algumas reduções, o que interfere diretamente no fluxo de caixa de cada empresa, trazendo enorme insegurança diariamente na hora de se fazer os pedidos de produtos, tornando o empresário totalmente descapitalizado.

Somado a isso, novamente o consumidor insuflado pelas constantes noticias na mídia sobre os aumentos, torna ainda mais difícil à relação cliente x posto, pois somos injustamente taxados de vilões, quando na verdade somos o ultimo elo dessa cadeia, pois o posto apenas repassa o que já vem determinado desde a refinaria, depois a distribuidora, ate chegar ao nosso ponto de vendas.

Cabe ressaltar que muitas vezes esses aumentos nem são contabilizados por conta da forte concorrência um tanto predatória, que impossibilita a recomposição de nossas margens que já estão estritamente negativas. Somente para quem esta inserido no contexto que é possível constatar a dificuldade de administrar somente obrigações, principalmente em nosso segmento onde recebemos uma carga enorme de tributos e fiscalizações quase que diária, tudo isso porque pagamos nosso imposto principal (ICMS), mesmo antes de receber o produto em nosso estabelecimento, e mesmo assim somos duramente fiscalizados, pela Sefaz, Inmetro, Ibama, Ministério do Trabalho, Procon e Anp.

Não somos contra as fiscalizações, pois entendemos que são necessárias para se manter o equilíbrio do nosso setor, separando o joio do trigo, mas entendemos que as mesmas devem ser mais orientativas do que punitivas. Somos um segmento que emprega mais de 10.000 mil pessoas diretamente nos 560 postos existentes em Nosso Estado, além de sermos um dos principais setores que contribuem para a arrecadação Estadual.

Com relação às distribuidoras, os postos bandeirados vem experimentando uma via de mão única em suas parcerias, que por sua vez tem que tornar seus estabelecimentos competitivos sem que a receita seja desfavorável a distribuição, no entanto as distribuidoras não tem a mesma visão de micromercado, assim impondo muitas vezes seus produtos agregados ao revendedor que acaba ficando engessado em seus contratos, e sem condições de competição com os custos de suas franquias.

Oportuno dizer que nas reuniões que participamos em nossa Federação (Fecombustiveis), nossa liderança sindical no caso do presidente Dr. Paulo Miranda, sempre nos aconselha que precisamos de uma revenda mais independente, quando na verdade por falta de capital e as obrigações em investir em equipamentos como bombas, tanques, novas tecnologias para se equiparar ao mercado, acabamos assinando contrato com as mesmas, deixando para uma outra oportunidade, ao menos a experiência de administrarmos um posto independente (bandeira branca), conquistando assim a sua independência.

Não podemos deixar de citar que passamos a ter uma concorrência extremamente competitiva e ate predatória em determinados momentos, não somente em nossa Capital como em todas as capitais do País. Toda a concorrência é saudável desde que seja obedecida regras básicas de ética e profissionalismo, nunca em detrimento ao lucro somente, deixando de atender aos clientes da maneira que todo o cliente merece ser tratado, ou seja, prestar um serviço completo como lavagem de parabrisas, observar óleo de motor, calibragem etc.

O Sinpetro/MS esta constantemente atento a tudo que ocorre dentro das normas e mudanças de leis que surgem a cada dia nos diversos órgãos fiscalizadores, nossos diretores e colaboradores, sempre orientando através de e-mails, visitas administrativas, técnicas e ambientais, acompanhado de nosso quadro jurídico para tornar a vida de nossos associados mais tranquila para que ele possa usar seu tempo para melhor administrar seu negocio.

Varias foram as ações executados ao longo de nosso mandato, sempre em defesa do setor, inclusive recentemente realizamos diversas reuniões no Ministério do Trabalho para que o referido órgão fosse mais flexível em suas fiscalizações, no que se refere ao período de tempo fornecido para apresentação dos diversos documentos, todos muito complexos e que tomam muito tempo para sua execução, inclusive com itens que ainda estamos tentando anular como a lavagem dos uniformes pelo empregador, onde conseguimos uma primeira prorrogação por 90 dias e já entramos com outro pedido para mais 120 dias, devido a complexidade para atender a portaria, principalmente o revendedor do interior.

Também realizamos diversas reuniões com a equipe da Secretaria da Fazenda, para tentar sensibilizar a redução da alíquota do Diesel de 17% (dezessete por cento) para 12 % (doze por cento), para que nossos postos de rodovias tenham condições de competir com os Estados limítrofes que são Paraná e São Paulo.

Durante nossa gestão conseguimos ainda a decisão da Justiça no Supremo da permanência dos poços artesianos, uma velha briga entre Ministério Publico, Aguas Guariroba e outros setores que também se valiam do uso das aguas dos poços artesianos.

Conseguimos ainda, liminar suspendendo a cobrança imediata sempre que fazíamos uma denuncia espontânea de quebra de lacre das bombas junto a SEFAZ, onde éramos penalizados em 1.000 Uferms (R$ 24.240,00) cada denuncia.

Entramos também com ação judicial sobre a cobrança do ICMS sobre o preço de pauta, quando deveria ser sobre o preço de venda nas bombas.

Suspendemos também por liminar a cobrança da taxa de segurança que estava sendo cobrado pelo DEOPS no valor de R$ 1.420,00 anual, e outras ações que poderão ser acompanhadas em nossas redes sociais.

Aliado a todas essas ações aquecemos o lado humanitário, participando de ações filantrópicas junto as instituições carentes como: Cotolengo, Santa Casa , Lar Segunda Casa e Rotary Club.

Conforme palavras do presidente da Fecombustiveis, o líder sindical tem que ser um revendedor que se entrega de corpo e alma a esta atividade, doando seu tempo, sua intelectualidade, participando de todas as atividades do setor e sem nenhuma remuneração. O líder sindical deve separar seus interesses da categoria. Ele deve pensar no todo, no universo inteiro. A nossa força vem do conjunto da união da categoria e da luta em prol ao coletivo.

Estou atuando no sindicato a mais de dez anos, onde como diretor ativo aprendi muito com meu pai, ex-presidente Steiner Jardim (in-memorium), o que é ser uma pessoa respeitada e de caráter formado. Com ele cresci, pois, fui formado em posto de combustível, como presidente de forma discreta, contribui para que a categoria se consolidasse como uma das mais importantes do setor comercial da sociedade.

Edmir Jardim Neto – Presidente do Sinpetro MS